Lei sobre proibição de uso do aparelho em escolas acende polêmica entre pais, alunos e professores. Está ficando cada vez mais difícil viver nas grandes cidades sem o progresso da tecnologia. Mas será que sala de aula é lugar de celular? Uma nova lei que entrou em vigor esta semana na cidade de São Paulo esquentou a polêmica entre alunos, pais e professores. Adolescentes e celulares são praticamente inseparáveis. A garotada carrega os aparelhos pra cima e pra baixo. Inclusive na escola. No recreio e nos intervalos, o uso está liberado, mas nas salas de aula eles têm que ficar desligados. É o que diz a nova lei municipal de São Paulo. Os alunos concordam que celular na classe atrapalha. “Desconcentra todo mundo”, conclui Mariana Mateus, de 16 anos. “A atenção que tava no professor vai para a pessoa pelo qual o celular está tocando”, explica Gabriela Cabral, de 14 anos. Mas não faltam argumentos pra defender os aparelhos. “Você pode filmar a lousa pra não ter que copiar toda a matéria”, conta Andreza Coelho, de 16 anos. “Se eu tenho uma prova depois da aula, no recreio, eu uso pra pesquisar sobre a matéria”, disse Theodoro de Paula, de 14 anos. “Se você dá uma boa educação para o seu filho, ele vai saber usar o celular adequadamente em qualquer lugar”, defende Oscar Pereira, pai de aluno. O problema é que a tentação é grande. “Escuto música”, confessa Jefferson Marques, de 14 anos. E tem os que vão mais longe. Olha a explicação de como fazer cola com o celular: “Você tira uma fotografia da resposta e manda para o aluno que está do lado”, explica Jeferson Quirino, de 15 anos. No Rio de Janeiro, onde há lei semelhante a São Paulo, a garotada também abusa. “De vez em quando, eu fico jogando joguinho. Quando a aula não está muito agradável”, conta Ricardo Magalhães, de 17 anos. “Não tem como ter uma aula sem uma mensagenzinha de texto”, confessa Luiza Moreira, de 18 anos. A orientadora educacional Cristina Catão lembra: “Passei por situações complicadas de ter que tirar o aparelho celular do aluno”. A coordenadora Teresa Galhardo explica: “um dia eu devolvo no final do dia; se é reincidente, eu devolvo no dia seguinte; e se é re-reincidente a gente combina da família vir apanhar”. Os pais também vivem na maior ansiedade. “Às vezes, eu quero ligar, mas lembro que ela está no período de aula. Aí procuro ligar no horário do recreio”, confessa a dona de casa Valderez Teixeira. “Eu desligo o celular e ela fica: por que você não me ligou? Por que você não me atendeu? Eu falo: mãe, mas eu estava na aula, não podia atender!”, reclama Ana Carolina Teixeira, de 15 anos. Nas escolas do Ceará, o aviso é claro, mas a maioria dos alunos ignora. “Eu sempre abaixo a cabeça e atendo o celular”, diz Laila Oriá, de 16 anos. Natália Porto, de 16 anos, confessa: “Eu deixo no silencioso, no meu bolso. Só que, às vezes, eu atendo”. “O silencioso deixa a tensão de que você vai receber uma ligação, de que você vai receber uma mensagem. Então, você vai ficar curioso de olhar. E você sacando o celular do bolso, chama a atenção de um grupo que começa a chamar a atenção da turma toda”, explica o professor Davis Posso. Estudantes do Rio Grande do Sul, onde também há uma lei que proíbe o celular em sala, não concordam com a necessidade de desligar o aparelho. “Tem que deixar no bolso e se vibrar, pede pra sair. Mas desligar geral ,eu acho que não é legal”, defenda a estudante Gabriela Kras. “Ficar sem atender realmente não dá. Eu preciso me comunicar com o mundo, eu não posso me isolar dele”, reclama Thuila Ferreira. “O desafio maior do professor é como fazer o aluno prestar atenção em um mundo em que os dispositivos tecnológicos, por um lado, facilitam o aprendizado, mas por outro lado têm um potencial dispersivo muito grande. Então, é genial casar as duas pontas do sistema: o que eles mais gostam com o que eu preciso transmitir”, explica Giselle Beiguelman, professora de pós-graduação em Comunicação e Semiótica PUC-SP. No Rio, o artista plástico Luiz Alphonsus orientou 70 alunos de doze escolas públicas do país a usarem o celular como instrumento nas aulas de artes. Os estudantes faziam vídeos, registrando curiosidades do cotidiano deles. “E depois a gente botava isso num blog e compartilhava com o Brasil todo”, conta Arthur Rodrigues, de 16 anos. O resultado é uma exposição em cartaz no Parque Lage. “É impossível você vencer a tecnologia com leis. O que você tem que fazer é adaptar essa tecnologia pra ser usada de forma correta”, comenta o artista. “Hoje, a gente tem celular para reproduzir música, para tirar foto, para tudo. E poder usar isso pra aprender, é melhor ainda”, finaliza Arthur.
Casal britânico lançou a novidade na internet. O vídeo já tem mais de 7 milhões de acessos. A música do filme "Dirty Dancing", lançado em 1987, ganhou o Oscar; e a coreografia de Patrick Swayze com a atriz Jennifer Grey virou uma febre entre os adolescentes de todo o mundo. Quase 20 anos depois, em julho de 2005, a fotógrafa americana Júlia Boggio e o cineasta James Derbyshire, do País de Gales, escolheram a dança para a festa do casamento deles. "Eu acho que é uma fantasia de toda mulher dançar aquela coreografia com aquela música. E eu quis realizar essa fantasia no dia do meu casamento", conta Júlia. Colocado na internet, o vídeo da dança bombou e virou notícia. Já teve quase 7 milhões de acessos. A repercussão foi tão grande que, em 2007, o casal foi parar no Oprah Winfrey Show, o maior programa de entretenimento da TV americana. "Nós começamos a dançar diante do público. As pessoas aplaudiam e, de repente, começaram a gritar. Gritaram muito. A gente pensou: nós não somos tão bons assim!”, admira-se James. “Aí, eu senti um toque no meu ombro. Virei-me e vi que o Patrick Swayze estava lá, olhando pra mim. Ele me perguntou: posso dançar com a sua mulher? Eu disse sim!”, conta. A partir daí, dançar a coreografia de "Dirty Dancing" em festas de casamento virou moda no mundo inteiro. No Brasil a onda também pegou. Em Goiânia, um professor de dança se especializou em ensinar casais a coreografia do filme. “Não existe dificuldade para aprender a dançar. A dificuldade fica por conta da resistência de um dos lados, geralmente do cavalheiro. Normalmente existe uma negociação. A noiva fala: ou você dança, ou você não casa”, diz o professor Vinicius da Costa. “Foi extremamente difícil para mim, porque eu não dançava. Foram dez aulas muito intensas, várias horas. Deu muito trabalho. Foi uma experiência marcante, foi uma superação para falar a verdade”, relata o advogado Rafael Martins.
Padres que tomam conta da capela estimam que mais de 40 mil esqueletos formam a decoração pra lá de inusitada. Bem longe do Brasil, em uma cidade no coração da Europa, um belo dia notaram que não havia mais espaço para o cemitério local. O jeito que deram foi de arrepiar. Por fora, ela é uma igrejinha como outra qualquer: duas torres, imagens de santos e um cemitério ao redor. Foi construído em estilo gótico há 700 anos, em plena Idade Média. Só por isso seria um atrativo turístico. Mas que ninguém se engane: é dentro da construção que está a maior atração da capela, que fica a 60 quilômetros de Praga, capital da República Tcheca. Toda a decoração foi feita com ossos de seres humanos. Vértebras, costelas, fêmures, caveiras. Ninguém jamais conseguiu contar. Mas os padres que tomam conta da capela estimam que mais de 40 mil esqueletos formam a decoração pra lá de inusitada. Para descobrir de onde veio toda essa matéria-prima, é preciso investigar a história de Kutná Hora, a cidadezinha onde fica a capela. Na Idade Média, ela foi alvo de várias disputas sangrentas e os soldados mortos eram enterrados ao redor da capela. Com o crescimento da cidade, o tamanho do cemitério, que chegou a ser maior que dez campos de futebol, encolheu. Os esqueletos acabaram sendo transferidos para o interior do templo. Os ossos humanos começaram a ser usados na decoração da capela em 1.511, ideia dos próprios monges do Mosteiro de Kutná Hora, que pretendiam apenas dar uma arrumada no ambiente. Só 200 anos mais tarde, no século XVIII, durante as obras de restauração da capela é que surgiu um projeto arquitetônico e os esqueletos viraram oficialmente arte. A obra do arquiteto simboliza a igualdade de todos os seres humanos perante Deus no dia do juízo final. “É estranho, mas não chega a meter medo em ninguém”, diz uma turista canadense. Pelo contrário, os visitantes ficam admirados. “É melhor fazer arte, do que deixar os ossos apodrecerem na terra. Aqui fica tudo assustadoramente lindo”, diz um turista inglês. Lindo e precioso. Tanto que precisa ser preservado urgentemente. Um olhar mais atento revela infiltrações na parede, rachaduras e deslocamento do reboco. O administrador do templo diz que a partir de 1989, depois que o comunismo na República Tcheca acabou e o acesso de estrangeiros ao país ficou livre, 300 mil turistas, em média, por ano, passaram a visitar a Capela dos Ossos. Recentemente, a entrada passou a ser cobrada, o equivalente a R$ 6 por pessoa. É esse dinheiro que vai salvar a igrejinha. A restauração deve começar em breve. O objetivo é não deixar esse patrimônio artístico e histórico morrer.